A velha aliança PT MDB deve voltar. Um encontro entre o presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, o Lula, e o ex-presidente da república, o imortal José Sarney, em Brasília, nesta sexta-feira (03) sinalizou isso e não passou despercebido pela mídia.
A conversa entre os presidentes durou cerca de duas horas, segundo alguns jornais conceituados, o assunto teria sido a nova aliança que o MDB e o PT devem trocar novamente à partir de Janeiro. O PT precisa de base no congresso, e, para isso, aposta que os interesses do MDB podem ser atendidos em troca do apoio.
Lula brincou ao comentar o encontro:
“Somos velhos amigos. Velhos, não. Jovens amigos”, disse.
Lula afirmou que a visita se insere no rol de visitas a autoridades que o apoiaram, mesmo com divergências.
“A minha conversa com o Sarney é a visita a um homem que foi presidente da República, a uma pessoa que foi presidente do Senado, a uma pessoa que tem história nesse país, a uma pessoa que me ajudou muito e que está com 91 anos de idade [Sarney fez 92 em abril]. Eu fico pensando que um dia estarei também com 91 anos de idade. Vai demorar um pouco [Lula tem 77 anos], e eu quero estar com a mesma saúde que ele está hoje. Já fui visitar o presidente Fernando Henrique Cardoso. Porque são pessoas que me ajudaram. Mesmo quando divergiram comigo, me ajudaram”, declarou.
Força de Sarney
Nos governos Lula, José Sarney teve muita força e indicou aliados em cargos estratégicos, a exemplo de Lobão, que ficou a frente do robusto Ministério de Minas e Energia. Sarney dominou também as estatais do setor. No governo de Dilma Rousseff, também do PT, a força de Sarney se desconcentrou das estatais e se concentrou nos ministérios. Sarney manteve a indicação de nomes de sua estrita confiança nas Minas e Energia e no Turismo. Nem a queda do então ministro Pedro Novais do Turismo, por suspeita de corrupção, abalou Sarney. Para o lugar do demitido ele indicou Gastão Vieira.