A Polícia Federal está de olho no esquema de transferência em massa de eleitores.
As eleições de 2024 abrigaram a suspeita de uma fraude envolvendo pequenos e médios municípios de vários estados do país, em um possível esquema até agora pouco visível na lista dos malfeitos eleitorais: a compra de votos em massa por meio de transferência coletiva e ilegal de títulos de eleitores entre uma cidade e outra.
O jornal Folha de São Paulo mapeou junto a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal prisões, operações e investigações que se espalham pelo país em decorrência de transferências em bloco de domicílio eleitoral, o que em alguns municípios podem ter sido determinante para uma eleição fraudulenta de prefeitos e vereadores.
Municípios do Piauí como Bocaina e Picos tiveram a visita da PF na última quarta-feira (04/12). Neste caso, a investigação apurou que um terceirizado do Cartório da 28ª Zona Eleitoral, em associação criminosa com pessoas ligadas a partido político, advogado e candidato a vereador, teria operacionalizado a transferência indevida de domicílio eleitoral de 73 eleitores para Bocaina, cidade piauiense com cerca de seis mil eleitores aptos a votar no pleito deste ano.
Os investigados, inclusive os eleitores, poderão ser responsabilizados pelo cometimento dos crimes de alistamento fraudulento, falsidade ideológica para fins eleitorais, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.