As eleições na cidade de Timon-Ma foram o palco de uma disputa acirrada, mas o que veio à tona após o resultado é algo que muitos ainda não perceberam, ou preferem ignorar…
A prefeita Dinair Veloso (PDT) disputava reeleição e perdeu por uma diferença de quase 5 mil votos para o deputado Rafael (PSB). Contudo, um detalhe curioso e intrigante chama atenção: enquanto Dinair conseguiu eleger 13 vereadores, Rafael, o grande vitorioso, elegeu apenas 8. Seria uma contradição? Um sinal de que a vitória foi forjada nos bastidores?
Os números não mentem: os vereadores da base da prefeita Dinair obtiveram juntos 54 mil votos, enquanto ela própria somou 40 mil votos. Isso significa que seus aliados tiveram nada menos que 14 mil votos a mais do que ela!
E o que isso quer dizer?
A priori, que muitos “aliados” não casaram os votos, jogaram dos dois lados, como se estivessem em uma dança ensaiada onde o público não percebe que o espetáculo é de cartas marcadas.
Do outro lado, Rafael, o prefeito eleito, teve 44 mil votos, e seus vereadores, quase 43 mil. Um casamento perfeito de votos! Aliança sólida? Talvez.
O jogo ainda não terminou.
Com a eleição da presidência da Câmara se aproximando, o próximo ato dessa novela política promete ser ainda mais escandaloso. É que pela lógica, os 13 vereadores da prefeita derrotada deveriam vencer os 8 eleitos por Rafael. Mas a lógica, na política, é uma mera formalidade. O que vale mesmo são os acordos de bastidores.
TREZENTOS MIL RAZÕES PARA TRAIR
E agora o que vemos são muitos desses vereadores, que até então estavam ao lado de Dinair, inclinando-se para o lado do novo prefeito. E por quê? Simples: 300 mil motivos! Sim, uma suposta oferta de R$ 300 mil começou a circular e, junto com ela, uma enxurrada de promessas de cargos e empregos. O plano é tão maquiavélico quanto bem estruturado: lançar várias candidaturas para a presidência da Câmara, criar uma falsa impressão de disputa democrática, mas, no final, o resultado já está combinado. Tudo um teatro, e os protagonistas? Vereadores que, ao invés de honrarem a confiança de seus eleitores, vendem sua fidelidade ao melhor lance.
Há quem ainda resista, quem mantenha a lealdade a Dinair, mas a pergunta é: por quanto tempo? O dinheiro fala alto e, para muitos, a política virou um mercado. O espetáculo das traições está prestes a começar.
A POLÍTICA COMO UM JOGO PESSOAL
Em uma conversa reveladora, um assessor de vereador deixou escapar o que muitos já sabem, mas poucos admitem: “Vou cuidar da minha vida. A partir do dia 1o, Dinair não é mais prefeita. Já estou eleito, não me importa o que os outros pensam. Daqui a pouco, ninguém vai nem lembrar mais. Vou arrumar 50 empregos com o prefeito eleito para minha família e meus amigos. Política é isso, é cuidar da gente. Fiquei devendo muito, agora vou pagar minhas contas e ainda ficar com uma grana.”
É esse o retrato de parte da política local: um jogo onde as necessidades e esperanças do povo são apenas peças manipuláveis em um tabuleiro de interesses pessoais. Uma reflexão amarga, mas necessária: o que vale mais, a confiança de milhares de eleitores ou 300 mil reais e alguns cargos para familiares? Até quando vamos assistir a esse espetáculo de traições e acordos obscuros sem exigir uma política feita com seriedade, ética e verdadeira responsabilidade?
Enquanto os eleitores marcham nas ruas acreditando em mudanças, os bastidores da política jogam com suas esperanças. Afinal, para muitos, o poder não é sobre servir, mas sobre ser servido.