A eleição da professora Dinair (PDT), para a prefeitura de Timon no ultimo dia 15/11 tem um forte significado que extrapola as fronteiras do município.
Dinair, cujo nome original é de sua avó paterna, Sebastiana, a matriarca da família Pereira, de Matões, é uma professora com uma história de vida exemplar em meio a dificuldades de toda sorte.
Filha de um vaqueiro e uma dona de casa (Enoque Pereira, tio do Deputado Federal Rubens Pereira Jr e Aldecir Veloso), Dinair se notabilizou em Timon como uma professora dedicada e que ama educar. Menina pobre, oriunda do interior de Matões ( povoado Quilombo), estudou em escolas públicas de Timon, cursou faculdade e foi aprovada em concursos públicos da rede pública de educação no Maranhão e do Piauí.
Como secretária de educação de Timon, professora Dinair fez uma gestão invejável, o que levou o prefeito Luciano Leitoa, um articulador político notável, a apostar todas as fichas na professora Dinair. E não se enganou. Dinair se mostrou habilidosa e com discurso sincero que cativou as pessoas.
O seu adversário direto nas últimas eleições foi o protótipo do bolsonarismo que destrói o país: um militar da PM do Maranhão, Tenente coronel Schineider, que pensava surfar na onda antipolítica de 2018. Como se militar fosse sinônimo de confiabilidade e garantia de êxito na gestão pública pelo simples fato de incorporar um discurso de truculência.
Parece ironia que, no país onde a polícia mais mata no mundo, sobretudo a PM, as pessoas se deixem levar pelo discurso autoritário que a solução é levar essa experiência macabra da polícia para a gestão pública.
Não deixa de ser assustador que uma professora, com história de vida irretocável e dedicada aos mais pobres, tenha vencido a eleição por diferença tão pequena contra um adversário que incorporou o discurso do câncer do bolsonarismo.
Timon optou por uma professora que tem a educação como objetivo de vida, em vez de arriscar na aventura policialesca de botar um militar para administrar a cidade.
A democracia respira em Timon.