Segundo o Cardeal Richelieu, primeiro ministro da França no Reinado de Luís XIII (cujo nome da capital maranhense São Luís foi em sua homenagem), “traição em política é uma questão de tempo”. Assim, se tem uma coisa que político precisa se acostumar é com traição.
A recente declaração de apoio da deputada Cleide Coutinho ao vice-governador Carlos Brandão, refugando o senador Wewerton Rocha, acendeu um sinal amarelo de traição no horizonte.
É de conhecimento de todos que o cunhado da deputada Cleide, Ferdinando Coutinho, prefeito de Matões, é defensor do rompimento com Flávio Dino e por tabela é entusiasta da candidatura de Wewerton Rocha. E tudo isso por puro ciúme do ex-deputado Rubens Pereira, que tem relação de amizade forte com o vice-governador Brandão.
Os Coutinhos controlam uma imensidão de cargos em sua base eleitoral, Caxias, como o hospital Macro-regional que é comandado por Cláudia Coutinho, esposa do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho.
Começa a ganhar corpo a ideia que a deputada Cleide Coutinho anunciou o apoio ao vice-governador Brandão apenas para suavizar o rompimento do cunhado Ferdinando com Flávio Dino e Brandão. Funcionando a estratégia, os Coutinho garantem as centenas de cargos na região, que são estratégicos para viabilizar a eleição da esposa do prefeito de Matões. .
Mas há outras dúvidas.
A deputada Cleide Coutinho tem um histórico político de lealdade. A partir dessa afirmação não se pode descartar um rompimento dentro da própria família dos Coutinho, que levou a deputada a declarar o apoio ao vice-governador Brandão na corrida sucessória e dar um chute no trazeiro roliço do cunhado Ferdinando.
A única certeza que existe nesta situação é que alguém está sendo traído: ou o governador Flávio Dino e Carlos Brandão; ou o cunhado Ferdinando Coutinho está sendo abandonado até pela própria cunhada.
A traição já aconteceu e só falta de descobrir os traídos.